
Encontra-se, por isso, unida ao edifício principal da Universidade de Évora. É nesta igreja que se encontra um dos mais importantes marcos artísticos da presença daquela companhia em Portugal.
O Colégio do Espírito Santo foi construído na segunda metade do século XVI, mais precisamente em 1559. Sete anos mais tarde, em 1566, teve início a construção da Igreja do Espírito Santo. Na base da sua construção esteve a vontade do Cardeal-Infante D. Henrique, então Arcebispo de Évora, em levar a toda a população a voz dos famosos pregadores daquele tempo.
A obra, marcada pelo estilo usado em várias campanhas da Companhia de Jesus, ficaria concluída em 1572 mas a sagração solene só aconteceria no Domingo de Páscoa do ano de 1574. A Igreja do Espírito Santo é o primeiro exemplo do chamado “estilo chão” e viria a servir de modelo a muitas outras igrejas de colégios jesuítas espalhados por Portugal, pelas Ilhas e pelo Brasil.

No seu interior, de planta retangular tipicamente jesuíta, podemos ver um espaço bem iluminado por galerias altas, onde os estudantes da Universidade participavam em cerimónias solenes. A nave é única, em cruz latina. Existem também dez capelas laterais cuja decoração é bastante luxuosa, como se pode verificar pela grande utilização de talha dourada.
Daquelas dez capelas da Igreja do Espírito Santo de Évora destacam-se as seguintes: Capela de Santo Inácio de Loyola, Capela do Senhor Jesus dos Queimados e Capela da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos da Cidade de Évora.
Na Capela do Senhor Jesus dos Queimados conserva-se ainda o crucifixo que era dado a beijar aos condenados da Inquisição. Já a Capela da Irmandade do Senhor Jesus dos Passos da Cidade de Évora, originária do Convento da Graça, foi trazida para a Igreja do Espírito Santo em 1845, após a profanação daquele convento. Esta capela é embelezada por coloridos mármores embutidos.

Quando passar por Évora, e sendo um visitante curioso e disposto a saber mais, não ficará desiludido se, numa tarde de passeio, acrescentar uma visita a esta bela igreja, logo seguida de uma outra visita à Universidade. Pode, assim, aliar o culto da religião ao culto do saber. Só tem que descer uns degraus!