
O mandatário da Igreja de Santo Antão foi o Cardeal D. Henrique, Arcebispo de Évora. Mandou edificá-la onde antes se encontrava a medieval Ermida de Santo Antoninho. Para possibilitar a sua construção, foi mandado demolir o Arco do Triunfo Romano.
A sua construção data do início de 1557. É um exemplar do final do período renascentista e apresenta as caraterísticas das chamadas igrejas-salão da época. O seu interior é um salão único.
A Igreja de Santo Antão sofreu alguns contratempos desde cedo. Foi abalada por um forte tremor de terra em 1568, situação que levou a que em 1570 fossem levadas a cabo obras de consolidação das colunas e das abóbadas.

A capela-mor da Igreja de Santo Antão exibe um lindíssimo retábulo de talha dourada, Estilo Nacional, do século XVII. Vai ser fácil de encontrar.
O retábulo integra duas telas tenebristas, do pintor régio Bento Coelho da Silveira: “A Última Ceia” e a “Matança dos Inocentes”. Ostenta ainda um frontal de altar gótico original. Este é o único vestígio da antiga capelinha templária.
As capelas laterais estão decoradas com pinturas e retábulos de talha, dos quais se destacam um “São Miguel e as Almas”, do pintor-poeta Jerónimo Corte Real, e um “Santo Agostinho”, do pintor Francisco Vieira Lusitano.
De entre o conjunto de altares de talha dourada, sobressai o invulgar frontal de mármore do altar-mor. Este frontal do século XIV, é proveniente da velha Ermida de Santo Antoninho e representa o Apostolado.

O coroamento do alçado principal da Igreja de Santão, com cúpulas e frontões, realizou-se já no século XVIII. Três portais, no centro de cada um dos tramos, dão acesso à igreja. O portal axial, inserido em falso arco de volta perfeita, tem uma lápide de homenagem ao Cardeal D. Henrique.
Apesar de a Praça do Giraldo por si só ser palco de visita de muitos turistas que vêm a Évora, por ser ao ar livre e convidar a sentar numa das muitas esplanadas que por aqui se podem encontrar, especialmente no verão, a Igreja de Santo Antão também convida a uma fotografia.
A forma como se ergue imponente sobre a praça leva-nos a querer entrar, a querer ver mais. Só tem de subir os degraus e passar pela enorme porta para se deslumbrar. Deixe-se cativar.