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O bonito jardim do Palácio Cadaval

Palácio Cadaval, Évora

O Palácio Cadaval compartilha, com outros reconhecidos monumentos de Évora, o topo da acrópole da cidade. Este é, sem dúvida, o lugar ideal para construir uma casa nobre, de onde se possa avistar os campos em redor de Évora.

Hoje em dia, este Palácio dos Duques de Cadaval é muito mais do que um antigo edifício. É um pedaço da História de Évora. Venha daí. Vamos entrar.

O edifício do Palácio Cadaval

Na sua origem, o Palácio Cadaval tinha como nome Palácio da Torre das Cinco Quinas. Foi construído, em parte, sobre as romano-visigodas Muralhas de Évora, que faziam parte do antigo Castelo de Évora. Junto à Torre de Évora, o fidalgo descendente da coroa portuguesa Martim Afonso de Melo, servidor do Mestre de Avis, mandou construir este edifício.

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Exterior do Palácio Cadaval com a Torre das Cinco Quinas ao fundo

Quer do interior quer do exterior, ainda se pode ver, na estrutura do hoje Palácio Cadaval, vestígios do antigo castelo e da referida Torre de Évora como os contornos militares do edifício e a torre da fachada principal.

Como o Palácio de D. Manuel, também este foi a casa de vários monarcas, como D. João II, D. João IV e D. João V, bem como D. Fernando II quando este foi acusado da conspiração contra o rei D. João II. O fim deste rei foi a decapitação em plena Praça do Giraldo, em 1483.

No início da década de 1990, o Palácio dos Duques de Cadaval veio a ser restaurado por iniciativa da então Duquesa de Cadaval, Dª. Claudine Marguerite Marianne Tritz, esposa do 10º Duque de Cadaval.

A família Cadaval

O Ducado do Cadaval foi criado pelo rei Dom João IV a 26 de abril de 1648, dia em que nasceu o infante Dom Pedro, futuro Dom Pedro II, rei de Portugal. O título de duque foi atribuído a D. Nuno Álvares Pereira de Melo, filho de D. Francisco de Melo (Conde de Tentúgal e Marquês de Ferreira), como agradecimento pela luta da família pela causa da Independência na crise de sucessão de 1580 e na Restauração da Independência, em 1640. Dom Nuno viria, então, a tornar-se num dos mais poderosos nobres de Portugal.

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Pátio do Palácio Cadaval

Enquanto ramificação da Casa de Bragança, a mais poderosa do reino e a partir da qual surgiu a Quarta Dinastia, a Casa de Cadaval tinha autoridade senhorial para nomear ou confirmar os cargos públicos importantes nas terras sob sua jurisdição.

Atualmente, é duquesa Sua Exa. Diana Álvares Pereira de Melo. O título foi confirmado por S.A.R. o Príncipe D. Duarte Pio de Bragança como conclusão da crise sucessória criada pelo falecimento, em 2001, de D. Jaime Álvares Pereira de Melo, 10º Duque de Cadaval.

A duquesa viria a casar a 21 de junho de 2008 com S.A.R. Charles Phillipe d’Orleães, Príncipe d’Órleães e Duque d’Anjou, na vizinha Catedral de Évora. No Palácio Cadaval serviu-se a receção para cerca de 400 convidados.

O Palácio Cadaval hoje

Hoje em dia, o caráter turístico de parte do Palácio Cadaval é evidente. São imensos os turistas que o visitam em Évora, pela riqueza do seu passado e pela sua beleza arquitetónica. Para além disso, mesmo ao lado, encontramos a simples mas bonita Igreja dos Lóios (Igreja de S. João Evangelista).

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Interior da Igreja dos Lóios, Casa Cadaval, Évora

Abertas ao público, existem salas de exposição da Casa Cadaval, onde encontramos uma coleção de códices iluminados, pintura, armaria e esculturas. As peças em exposição provêm do século XV ao século XVIII.

A partir de 1994 e durante vários anos, o palácio recebeu o “Festival Évora Clássica”, mais tarde “Festival de Músicas Sagradas de Évora”, um evento pelo qual os eborenses esperavam ansiosamente. A família Cadaval sempre foi extremamente generosa por oferecer o seu tempo e o seu palácio para dar a Évora este festival fabuloso.

A única forma de poder ouvir e ver os artistas de estilos musicais de todo o mundo que se deslocam à cidade seria viajar para os seus países de origem. Na maior parte das ocasiões, os concertos realizavam-se no Jardim do Paço, um pátio extremamente bonito e decorado com bastante bom gosto.

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Entrada do Palácio de Cadaval

Noutras alturas do ano, também está sempre aberto com uma agradável esplanada e um restaurante onde se pode inclusivamente provar o vinho produzido pela Casa Cadaval.

O Palácio Cadaval é, provavelmente, um dos lugares históricos mais agradáveis e exclusivos de Évora. Entre. Recue no tempo.

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