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Palácio dos Condes de Basto, Pátio de S. Miguel

Palácio dos Condes de Basto, Pátio de São Miguel

O Palácio dos Condes de Basto, residência senhorial de grande importância em Portugal, é o mais antigo dos paços de Évora. O edifício ainda se encontra parcialmente integrado na cerca romana e medieval, ou seja, nas muralhas de Évora. É Monumento Nacional desde 1922 e continua a ser a utilizado como residência da Senhora D. Maria Teresa Eugénio d’Almeida.

A entrada fica logo atrás da Catedral de Évora, praticamente pegada com as traseiras da Biblioteca de Évora. O portão leva-nos até o bonito Pátio de São Miguel. Para ficar no centro e rodopiar para o ver bem. De preferência ao pôr do sol.

Palácio dos Condes de Basto – História

O edifício do Palácio dos Condes de Basto foi entregue por D. Afonso Henriques em 1176, à Ordem de Calatrava, para seu alojamento. Em troca, a Ordem defenderia a cidade de possíveis ataques. Posteriormente, tornou-se a residência habitual de D. Fernando, que lhe mandou fazer obras de beneficiação.

O palácio acabou por ser quase destruído como consequência dos confrontos dinásticos de 1383-1385, crise conhecida como o Interregno. Depois desta crise foi reconstruído e D. Nuno Álvares Pereira passou a ser o seu residente durante cerca de 25 anos.

Mais tarde, D. Afonso V doou o Palácio dos Condes de Basto ao capitão-mor D. Diogo de Castro, família de que descende D. Fernando, 1º Conde de Basto, pai de D. Diogo, vice-rei de Portugal durante a governação espanhola, sob o reinado de Filipe III. Até final do século XIX a propriedade ficou com a família dos Castro.

A retirada dos Condes de Basto para Espanha e a sua ligação à coroa castelhana custou-lhes a expropriação do palácio. Este tornou-se então residência esporádica de hóspedes de renome, entre eles D. João III, D. Sebastião (que estudou na Universidade de Évora), Filipe II e Filipe III de Espanha, D. João IV, D. Frei Domingos de Gusmão e a Rainha de Inglaterra, D. Catarina de Bragança.

Acabou por ser vendido ao lavrador Vicente Rodrigues Ruivo. Em 1950, o Engenheiro Vasco Maria Eugénio de Almeida, conde de Vil’Alva, reconstruiu o palácio devolvendo-lhe o seu carácter original em todo o seu esplendor. Aí sediou a conhecida Fundação Eugénio d’Almeida, uma instituição com um papel fundamental em Évora quer na divulgação e desenvolvimento da cidade e do Alentejo, quer a nível cultural pelas suas inúmeras iniciativas e o recente Centro de Arte e Cultura Eugénio de Almeida.

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Palácio dos antigos Condes de Basto visto do exterior

Palácio dos Condes de Basto – Arquitetura

O Palácio dos Condes de Basto é composto por vários blocos de caráter monumental, grandes e pequenos, com diversos pátios e dependências menores. Destes, salientam-se a entrada, o jardim, a casa do administrador, os escritórios e os espetaculares pórticos alpendrados. O corpo principal do edifício tem uma fascinante loggia renascentista sobre uma arcada gótica.

Existem em todo o exterior do edifício vários vestígios góticos. No entanto, são as cantarias quinhentistas que sobressaem, bem como as janelas geminadas de arco de ferradura em tijolo (estilo mudéjar), as galerias e colunatas renascentistas, a fonte e casa de fresco do jardim e os torreões cilíndricos. Percebe-se claramente a influência italiana.

O interior do Palácio dos Condes de Basto não fica atrás em termos de valor e interesse cultural e arquitetónico. As suas salas estão decoradas de forma luxuosa, sendo que três delas, no piso térreo, se encontram cobertas por abóbadas pintadas a fresco pelo mestre Francisco de Campos.

Aquelas abóbadas representam um conjunto de inspiração mitológica, de forte gosto italiano, com figuras dispersas e abundância de flores e frutos, pinturas de ornatos, alegorias e composições inspiradas nas Metamorfoses de Ovídeo. Estas pinturas representam um dos mais importantes conjuntos decorativos do país, invulgar não só pela sua qualidade de execução, mas também pela sua grandiosidade em termos de plano, temática profana e sensualidade e paganismo de alguns motivos.

Como fica localizado num local de difícil acesso ao trânsito automóvel, o Palácio dos Condes de Basto acaba por ser pouco conhecido pelos habitantes eborenses e passar um pouco despercebido aos turistas. O novo café/pastelaria é extremamente agradável para descontrair um pouco a meio da sua visita a Évora. Prove os pastéis de nata quentinhos e deslumbre-se com a vista desde a esplanada.

A beleza e a tranquilidade do Palácio dos Condes de Basto são extraordinárias e, como tal, devem ser apreciada por todos. Por si também!

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